Desolados, os segundos voam. Correm, com medo de ficar pra trás. Amanhece e anoitece sem que façamos escolhas melhores, ora por medo de fazê-las, ora por medo de sofrê-las. Chove devagar; os óculos embaçam. E com as lentes embaçadas vou levando a vida, sem enxergar claramente, talvez com um pouco de medo de tirar os óculos, talvez com um pouco de preguiça de limpá-los. Minha bengala é essa: sem eles eu não sou ninguém. Cega.
Apavorados, os dias passam. Correm, com medo de ficar pra trás. A vida vai e vem; em passos curtos vou chegando lá. Uma pedra no caminho; duas. Chove devagar; os obstáculos dançam. Eu vou levando, quem sabe com dúvidas, quem sabe com pesar no coração... Ao virar a esquina já posso vê-lo. Será que poderíamos evitá-lo? E se pudéssemos, faríamos? É só mais um fim. Só mais um final, que já sinto e já quero tão bem...
26 de março de 2017
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