8 de novembro de 2016

Ônibus

Enquanto a cidade ficava pra trás, da janela, eu assistia a vida seguir. Lembrei de todos que deixei, ou que me deixaram de algum modo. Não sei definir ao certo esse sentimento: é um abandono, tanto meu quanto deles, e nos separamos e seguimos sem nos importar. Por que? Tudo é tão descartável  que chega rasgar um buraco no peito. O vazio arde louco nas sextas-feiras, se acalma aos poucos no início da semana pra justamente entrar em seu auge novamente. É, é isso. Um vazio, um abismo. Triste perceber isso, nem sei o que fazer com essa informação. Acho que só me resta absorver e sentir o peso da minha solidão.

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