10 de dezembro de 2010

Apelo 4

Querida, hoje te escrevo para dizer que me sinto um pouco melhor. Menos culpada. Descobri, querida, que a indiferença é uma arma poderosa. Eu certamente não sei te dizer o que ela fez por mim, mas posso dizer-te que me ajudou. E muito. Mas querida, me diga, porque não posso voltar ao começo? Ao menos gostaria de dormir em paz... Em cada sonho, querida, eu vejo um passado borrado e distante, que me tira a vida, me bate, me agoniza. Querida, seria pedir muito, uma calmaria indecente? Delicada, imortal. Querida, eu só queria que ele nos amasse outra vez. Como pode, querida? O passado escapar tão fácil... E se eu o aprisionasse dentro de mim? Se eu fugisse sem me levar? Se eu abandonasse o meus medos, minhas mortes? Ele voltaria, querida? Diga-me. Somente você pode me responder isso, agora. Nem mesmo toda a certeza me felicita. Eu só preciso de segurança, querida. Sejamos felizes, porque o fim está próximo.

0 comentários: