9 de dezembro de 2010
Apelo 3
Querida, a cada momento minha felicidade se dissipa. Mais e mais. Outrora ficarei vazia. Me dê a mão, querida. Não me deixe ficar de mal com o espelho outra vez. Querida, limpei as feridas do tempo. Mas o sangue incrustado não sai. Não quer sair. Porque será, querida? Será que é um sinal? Confiança agora é meramente um detalhe, e de longe, no escuro, não desejo definhar. Mas irei, certamente. Querida, agora você é tudo que tenho. Esvaziei tudo o que sou, porém você e minha escrita continuam comigo. Querida, prendi essa dor nas mangas do tempo. Ao sabor do orvalho, meu coração se perdeu. Me ajude a achá-lo, querida. Não preciso dele, mas ainda sim o quero. Seria minha única lembrança. Querida, porque todas as coisas não fazem sentido sem ele? Porque temos que nos manter aqui, sem ele? Querida, por favor, traga-nos ele de volta. A única sombra de abril ainda deita em meus cabelos. O que fazer com ela? Jogar num futuro distante? Eu acho que não, querida. O futuro acabou ali na esquina. Somos apenas eu e você, agora, palavras soltas, picotadas, duas mulheres sem rosto, e é claro, sem coração. Sejamos felizes, Querida.
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