8 de dezembro de 2010

Apelo 2

Querida, te escrevo hoje para tentar dizer que minha batalha continua sendo em vão. O que fazer, querida? Já não sei se lutar é a opção correta. Quer me dizer que tempo é este, querida, que me deixou sem chão, sem luz? Vou definhar aos poucos, dolorosamente. Mas querida, estou confusa nisso tudo. Me ajude, me erga suas mãos. Porque eu tenho nada além da solidão e querida, ela há muito deixou de ser doce. O peito dói, querida. Aquele gosto dorme em mim. Aquele cheiro me mata, querida. E aquela música, desabriga meu livre arbítrio. Querida, e se eu fosse um pouco além da solidão? E se eu recomeçasse tudo, sem escrúpulos, ou dores? Seria para sempre, querida? Você saberia o que me dizer. Preciso de sua voz materna, preciso de sua guia. Querida, não me deixe. Não agora. Esta ferida ainda é muito recente. Não vai estancar. Querida, que este seja um breve capítulo do que estar por vir. Dê-me um caminho, querida. Um ideal a seguir. Não quero flutuar nas nuvens. Eu quero um pouco de chão. Querida, e se eu me negasse a enxergar a distância? Você diria que estou certa? Se eu fosse menos impulsiva, e se guardasse menos rancor? Se eu não tivesse escolha? Se eu... Muitos '' se'', ultimamente, querida. Que tempo é este, que não consigo ao menos olhar pro passado? Apenas... fique comigo, querida. Não me abandone, como ele fez conosco. Sua dor é minha dor. E isso nos liga. Sejamos felizes, querida. Que esta dança nos traga bons frutos, pois ele, só nos trouxe desgraça.

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