9 de abril de 2010

Em alguma despedida.

Fitei o abismo plano sob meus olhos. Respirei o ar e a adrenalina nele. Simplesmente não acreditava no que estava prestes a fazer. Então, num impulso, andei pra trás. Fraquejei. Eu não estava pronta para me despedir disso ainda. Ou estava? Precisava estar. Em alguma despedida, eu tinha que estar.
Automaticamente, agarrei o papel amado e o apertei contra o peito, uma última vez. Senti o cheiro do papel e toquei as letras fortes. Pela última vez. As lágrimas, traiçoeiras, jorravam, mas não ousei me abalar. Piquei a carta em pedaços e soltei cada um deles vagarosamente. Assisti os fragmentos pairarem, tranquilos, no ar. O último pedaço que vi tinha escrito as seguintes palavras: '' Amo você''.
E então, o calor me inundou.

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