1 de junho de 2015

a passagem.

olhei pela janela, fingi esperar alguém que não vai mais voltar. no celular, aguardo mensagens de quem não vai mais mandar. o ser humano tende a esperar coisas que não vão acontecer. Por que, por que?
mais uma tarde cinza, o cenário propício pra minha reflexão. sem você eu não vejo as cores do arco-íris, nem o sol no céu. Perco o óbvio, absorta numa dor desmazelada e absurda. Eu sei, fui eu, a culpa é minha, talvez por deixar meu eu invadir o nosso espaço, talvez por ver problema em tudo, ou até mesmo por não conseguir superar seus defeitos, quando você, os meus, todos engole. não é justo, a alma grita, EU SEI, responde o coração. Fazer o que, né?
no frio eu percebo o quanto amo seu calor, na sede vejo o quanto amo sua fluidez. no sono, aguardo seu rosto nos sonhos. sua falta está ao meu redor, EU SEI DISSO TAMBÉM.  e dói. Não importa como, nem por quê... Só dói, ter que me desfazer de você, de qualquer maneira irá doer. Me agoniza saber que não irei mais desfazer os nós do seu cabelo, ou mesmo saber que não tocarei mais seu rosto... ou terei seu cheiro grudado na minha roupa.
  O amor, ele, covarde, foge, corre, vai embora. 
            Mas a dor, sem vergonha, aqui persiste.
                     Um beijo.

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