ferida

sentei no sofá tão logo quanto cheguei. joguei o tênis longe. raiva, sim. mas de quê? de quem? de tudo? de todos?
jazz no spotify, chá de hortelã na mesinha de centro. e eu no chão, encarando o teto. curioso, não é mesmo? difícil entender a mente humana. mal consigo entender a minha própria. eu estou aqui, não estou? eu quis isso, não quis? e por que diabos agora não quero mais?
talvez seja o medo do futuro? o medo de falhar? o medo de finalmente acertar algo e ser muito feliz?
a dificuldade de seguir em frente é grande. não por falta do passado, mas pela dor que esse passado causou.
por que eu nem me permito pensar no que aconteceu?
por que eu não consigo esquecer?
por que?