5 de outubro de 2016

Sânscrito

O rapaz era alto, daqueles de sorriso largo e abraço frouxo. Falava tão calmamente (e de olhos fechados como se sonhasse) que horas poderiam se passar sem que ele completasse uma frase. Atordoado com minha chegada, ele tomou minha mão e me disse:
- O que você está fazendo aqui?
- Eu não sei. Vim buscar algo - respondi, sem graça.
- Você parece perdida - olhou, desconfiado.
- Talvez eu esteja - murmurei
Foi ai que ele sacou um livreto do bolso; surrado, quase se desfazendo. O que era aquilo?
- É pra você. Talvez possa ajudar.
- Mas peraí, o que é  isso?  - folheei o misterioso material sem entender nada - O que eu faço com isso?
- Luiza ..... - ele arrastou as palavras.
- Eu mal consigo entender o que está  escrito aqui.
- Leia. Você não precisa entender pra sentir.


[silêncio ]

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