18 de setembro de 2016
Fotossíntese.
Deitou na grama. Não se moveu. Ficou ali, estática. O sol esquentou o coração frio, jogou um brilho no rosto pálido. Foi de pouco em pouco absorvendo o que precisava. Agarrou firme as flores; o calor a inundou. Uma paz solene, quase que plena, a invadiu. Esparramou-se no solo como felicidade no carnaval. Os minutos viraram horas, o tempo passou devagar... calmaria; um gole gelado de chá, os óculos escuros jogados... o pé descalço nas folhinhas úmidas... o cheiro da relva; pequenos prazeres de se estar vivo; uma lagriminha gostosa escorria na bochecha. Perdeu ali tudo aquilo que a arrastava, a atrasava e a atrapalhava. Levantou-se feito flor que cresce, sorriu, e caminhou por aí. Sem destino, um punhado de ideias soltas e tortas, os tornozelos inchados de tanto andar; mas foi. Fluiu por aí, como perfume de orquídea que há de se espalhar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário