1 de setembro de 2016

Ácido

eu subi na árvore pra nunca mais descer. o sol lá em cima derrete tudo o que restou; até nós. o tempo, amargo, rompe as barreiras (proteções) que construímos. a mente voa, eu nem sinto meus pés. às vezes não consigo dizer se estou flutuando ou se estou aqui, na Terra. sentada no sofá, assisto as possibilidades se fazerem e desfazerem; o que vai ser de mim? perdi a gravidade, sabe? nada mais me prende aqui. essa sensação (indigesta) de soltura extrema; desconexão. eu me sinto um balão. desses, que voa e se perde no infinito. o que vai ser de mim? pra ser sincera, eu não sei. fecho os olhos, o vento gelado lambe minhas pálpebras, borra as lágrimas confusas e eu tremo. não é só frio. é medo também. medo sim, do futuro, do desconhecido, de tudo aquilo que me foge o controle. você também fugiu, não é mesmo?  os dedos formigam. eu não consigo respirar. mas vou em frente, devagar, desanimada, cabisbaixa, mas vou indo. sempre.

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