12 de agosto de 2016

Cola

De mãos atadas; sem me mover
Presa aqui
Grudada.
Sem poder sair.
Entre o céu e o inferno;
Ente a tristeza e a felicidade;
A dor e a plenitude;
O passado e o futuro;
Eu.
Presa.



[ talvez você deva encarar isso como um desabafo. naquela noite eu sentei na janela e fitei a vida enquanto ela passava, frenética, sem sucesso, por mim. lá fora era só rabisco. e eu, só observava calmamente. I spaced out. foi ai que percebi que desde criança sempre fiz isso. me perco nos meus devaneios quando a vida dói demais. simplesmente deixo o tempo passar, ali, parada, olhando pra um ponto fixo (deerhunter tocando baixinho  ''cover me come for me comfort me'') , e quando reparo o relógio, horas se foram. Mas eu continuo aqui. Não me movo um centímetro. E-s-t-a-g-n-a-d-a. Eu não vou a lugar algum. E esse entendimento - a sensação, o aprisionamento - dói horrores. É estranho reparar que não há mais nada a ser feito. Só... esperar.]

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