1 de junho de 2016

oceano

quando tudo se esvai, o que resta? é um buraco negro, dizem. acabaram-se os mistérios do coração. não sobrou nada (mentira). uma imensidão, um vazio corrosivo, destrutivo, quase. a inquietude e os barulhos do vento ecoam. o rangido da porta se faz presente, o passo silencioso na hora de ir embora, a vergonha grita, a decepção comemora mais uma vez. dentro do nada, há tudo (verdade). balanço de hipérboles, contraposição de paradoxos. eu existo e não existo ao mesmo tempo. o que você quer dizer com isso? , eles perguntam. simples. no reflexo do espelho se projeta a minha imagem, logo, existo. no entanto, no decorrer do relógio, no tempo dos outros, no âmago alheio, não passo disso, uma imagem. sou nada. mas sou tudo também.

1 comentários:

victor disse...

gota a gota a vida se esvai, um pingo de suor, uma lágrima, um fio de sangue. e o que resta? nada.