Eu saí cedo, levei tudo o que realmente importava. Saí rápido, não queria encontrar com ninguém. Uns acham que foi desapego. Foi porra nenhuma. Foi medo mesmo, foi pânico de ver mais uma vez que falhei, que tive que ir embora. Tive que fugir, eu sempre tenho, não é mesmo?
Desci as escadas furiosamente, o mais engraçado é que quanto mais eu descia, mais elas pareciam não acabar. Eu queria ficar, é sério. Mas foi impossível. A bomba de indiferença, mentira e inexatidão me explodiu. Fiquei em pedaços. MAIS UMA VEZ. Mas Luiza é isso. Quebra-cabeça. Pedacinhos frenéticos, que se espalham e se juntam várias vezes. Mas em cada remontagem perco um pouco da minha história.
Eu encolhi. Não em centímetros, já sou muito baixinha. Mas em sentimento. Em vontade. Eu encolhi na vida. É inacreditável como o trem não para. Eu mal saí da cidade e já desci em outra. Melhor, muito melhor. Talvez o único lugar no mundo ao qual eu pertença. Mas sou cabeça-dura, teimosia pura. Bato o pé e insisto, tem certeza que aqui é meu lugar? 'Cause sure it doesnt feel like it. Me diz, por que é que tem que ser assim? Infelizmente é o que é. Eu aceito, de verdade. Aceito o fluxo errático das coisas, mas não entendo. É muita frustração.
Mas não faz mal. Lá vou eu mais uma vez. Pulando de cidade em cidade, de barco em barco, procurando, alguma coisa, qualquer coisa, me procurando. Sozinha, só eu e minhas malas.
Quem sabe o que eu vou encontrar?
2 de março de 2016
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