Era uma dor estranha, deformante e até mesmo consumista, já que consumia o resto de mim. O que não era muito, para falar a verdade. O mundo girando ao meu redor soava longínquo e despedaçado, e parecia impossível extrair qualquer naco de humanidade de um ser como eu. Tudo o que havia era dor. Algumas situações possuíam efeito tremendamente calmante, porém, eram insossas. Sem sal, sem vida. Assim como eu.
A vida me acontecia levemente igualada a pares de sentimentos, positivos e negativos. O impressionante é que depois de algum tempo, comecei a ver o universo de forma diferente, criativa, até. E em algum momento, pontadas estranhas aconteciam em mim. Por simples e pequenos motivos. E então descobri do que se tratava: eram pontadas de felicidade.
Com o passar dos anos, a dor diminuiu, porém seguiu em frente. Eu também segui, dolorida, mas vital, agora. A dor continuava, inquieta. Mas aquelas pontadas de felicidade curavam tudo.
27 de março de 2010
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